quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

ENTENDENDO O PROCESSO DE EMAGRECIMENTO






O excesso de massa corporal e a obesidade, normalmente estabelecidos a partir do índice de massa corporal (IMC - massa em quilos dividida pela estatura em metros ao quadrado), maior ou igual a 25 e 30 kg.m-2 respectivamente, tem aumentado nos últimos anos de forma alarmante, a ponto de serem classificados como epidemia (FLEGAL, 1999).

Ao contrário do que muitos podem pensar, tal problema não acomete somente a sociedade Norte Americana.

O mesmo estudo demonstrou que a tendência de ganho de massa corporal é mundial, atingindo países com diferentes níveis sócio-econô
micos, inclusive o Brasil.

Estudos transversais, realizados regularmente nos EUA, têm demonstrado uma clara tendência de crescimento das taxas de obesidade e sobrepeso.

Entre 1960 e 1962, cerca de 48% dos homens e 39 % das mulheres apresentavam excesso de massa corporal (IMC > 25 kg.m-2).
1988 e 1994, registrou-se um crescimento alarmante, quando o sobrepeso atingia 59 % dos homens e 50 % das mulheres, significando um crescimento de 22,9 % e 28,2 %, respectivamente (U
SDHHS, 1998).
Especificamente em relação a obesidade (IMC > 30 kg.m-2), sobre a qual diversas evidências demonstram clara agressão à saúde e qualidade de vida em saúde, observou-se uma prevalência de 34 % da população adulta Norte Americana (KUCZMARSKI et al., 1994).

Segundo as metas populacionais de saúde traçadas pelo Healthy People 2000, esperava-se que no ano dois mil esta prevalência estivesse em torno de 20 % (NCHS, 1997). Ao contrário das expectativas, os valores vêm crescendo.

Como resultado deste crescimento da população com excesso de massa, cresce paralelamente o número de serviços para esse público.

Evidências disso podem ser encontradas no alto número de especialistas em perda de massa, constan
tes lançamentos de dietas da moda, produtos milagrosos, centros de tratamento (Spas e centros de atividade física), apelos televisivos, entre outros.

Parece ser a área de emagrecimento um dos mais novos mistérios da era moderna, direcionando a atenção de diversos segmentos da sociedade para este tópico, que por sua vez paga um preço elevado pela alta prevalência de obesidade.
As conseqüências para a saúde do indivíduo que apresenta excesso de gordura parecem estar bem estabelecidas.
Problemas como coronariopatia, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo II, alterações plasmáticas de lipídeos, litíase biliar, gota, câncer, distúrbios psico-sociais, osteoartrite, sedentarismo entre outros, já foram amplamente relacionados à obesidade (USDHHS, 1998).


Em última análise, a conseqüência de todos esses problemas relacionados ao excesso de gordura é um aumento considerável nas taxas de mortalidade e morbidez, além de um considerável custo econômico, tanto para o governo, quanto para os indivíduos acometidos.

Com a finalidade de contornar esta situação, pode-se observar a grande variedade de procedimentos para a perda de massa, fato este que já era de se esperar visto o quão rentável é esse mercado de atuação.

Em relação ao entendimento do processo de emagrecimento, o discurso dos profissionais de saúde tem como paradigma duas grandes correntes de recomendação para o emagrecimento, até então não documentadas e/ou declaradas formalmente: uma baseada na matemática energética entre o que é gasto e o que é ingerido; e a outra que visa maximizar o metabolismo das gorduras.

O objetivo deste documento foi discutir os pressupostos conceituais que fundamentam as duas categorias de procedimentos ora definidos e estabelecer suas sustentações teóricas, possibilitando assim, a partir de uma compreensão mais abrangente do assunto, mais chances de sucesso no processo de orientação para a perda de massa.

O desenvolvimento do texto focalizou os motivos e justificativas que levam os profissionais a recomendar certos tipos de estratégias a fim de atingir as metas de emagrecimento.
A presente revisão visou, ainda, apresentar as estratégias de orientação da atividade física com base no modelo matemático, i.e. utilizando o dispêndio energético das atividades e suas relações com o emagrecimento.

Modelos teóricos de entendimento do emagrecimento

Apesar de jamais terem sido definidos na literatura nacional ou internacional, os discursos dos profissionais de saúde referentes às causas do emagrecimento podem ser divididos em duas categorias: de um lado, uma corrente que acredita na associação entre uma dieta balanceada e a necessidade de uma restrição energética adequada para a diminuição da gordura corporal e, do outro, defensores das idéias relativas à importância da maximização da utilização das gorduras como fonte primária de energia para o metabolismo energético.




A princípio, parecem os dois modelos tratar do mesmo assunto, contudo suas fundamentações contêm importantes diferenças.

Numa análise empírica, não baseada em achados ou relatos científicos, os profissionais que atuam direta ou indiretamente no processo de perda de massa têm suas idéias enraizadas em uma das duas correntes. Não é incomum, ainda, profissionais que se valem das duas correntes para justificar suas condutas.

Não se tem informação sobre a origem dessa dicotomização conceitual, contudo pode-se observar claramente sua existência no discurso dos profissionais que atuam na área de emagrecimento, em especial os de atividade física.

Por tal discussão se tratar de mais uma taxionomia relacionada ao metabolismo energético, para fins didáticos, tais correntes foram aqui definidas como Modelo Metabólico e Modelo Matemático de entendimento do processo de emagrecimento, cujas características encontram-se no Quadro 1.






Infelizmente, o processo de classificação leva muitas vezes a um extremismo.

Algumas condutas profissionais se valem de princípios característicos aos dois modelos apresentados, contudo tal atitude parece estar desvinculada de qualquer pressuposto.

Pode-se considerar, então, tal conduta como uma não adesão fiel a um dos modelos ora categorizados, que pode ser fruto de uma baixa fundamentação teórica, ou ainda de uma confusão de princípios.

Enquadram-se nesta situação aquelas recomendações que por um lado prezam uma dieta balanceada hipocalórica (modelo matemático) e por outro lado preconizam uma atividade aeróbia de baixa intensidade e longa duração com o intuito de se consumir mais gordura (modelo metabólico).

Na verdade, esta confusão de princípios é, provavelmente, a mais observável entre os profissionais que atuam na orientação para a perda de massa.

Considerações sobre o modelo metabólico


Os organismos vivos dependem das reações de transformação de energia para sua subsistência.

Os intercâmbios na natureza entre as manifestações de energia (química, elétrica, térmica, radioativa, luminosa e mecânica) garantem aos animais a capacidade de viver, se locomover, manterem-se aquecidos etc.

Os seres humanos, entre outros animais, possuem as vias aeróbia e anaeróbia de transformação de energia, sendo esta segunda subdividida em lática e alática. Para que haja a conversão energética necessária aos processos vitais do organismo, as três vias interagem entre si num processo contínuo.

De acordo com as condições da atividade, ora um sistema se sobressai, ora outro. Não existe uma ordem preestabelecida de solicitação dos sistemas, contudo, pelas nossas características fisiológicas, o sistema aeróbio é o responsável principal pelo equilíbrio dos outros dois sistemas.

Sua capacidade de transformação de energia, sob condições de esforço de baixa intensidade, é quase ilimitada, sendo esta via também a única com a capacidade de metabolização de todos os substratos energéticos.
Enquanto a via anaeróbia alática utiliza somente o sistema dos fosfagênios (ATP - CP), e a anaeróbia lática somente a glicose, o sistema aeróbio é capaz de utilizar o
s três macronutrientes normalmente ingeridos numa dieta diária balanceada: carboidratos, gorduras e proteínas (MCARDLE et al., 2001).
Vale ressaltar ainda que o sistema aeróbio é o responsável pela ressíntese da fosfocreatina durante o período de recuperação ou diminuição
da carga de trabalho, e ainda pela metabolização de aproximadamente 70 % de todo lactato formado durante o exercício (POWERS & HOWLEY, 2004).

Além daquilo que é ingerido diariamente e fica disponível para utilização a partir dos processos digestivos, os organismos possuem um considerável estoque destes nutrientes, sendo o principal a gordura subcutânea, como mostra a Tabela 1.


Os mecanismos de ajuste que determinam qual dos substratos é prioritariamente metabolizado são bastante complexos.

Essa seleção é fruto de uma interação entre diversos fatores que direcionam os processos metabólicos para o substrato mais adequado à situação imposta.

Apesar de atualmente se conhecer muito mais sobre a participação das proteínas (aminoácidos) no metabolismo aeróbio, sua colaboração percentual direta no processo continua sendo, na maioria das vezes, desprezível.

Estima-se em aproximadamente 2 % nas atividades com duração menor que uma hora e entre 5 a 15 % ao final de uma atividade com aproximadamente três a cinco horas .
Os carboidratos e, principalmente, as gorduras (na forma de ácidos graxos livres - AGL's) é que garantem combustível suficiente às necessidades diárias do organismo.

Segundo Åstrand & Rodahl (1992), a utilização da fonte energética é determinada pelos seguintes fatores de natureza bioquímica e fisiológica:

  • Ingestão de Carboidratos: uma ingestão alta de carboidratos determina um direcionamento do metabolismo para este substrato, basicamente pela ação da insulina que é secretada quando os níveis glicêmicos se elevam e pela sua ação inibidora sobre a enzima lipase hormônio sensível, que faz a mobilização dos triglicerídeos estocados nos adipócitos;
    • Níveis Plasmáticos de AGL's: a disponibilidade plasmática de ácidos graxos livres também é determinante para a taxa de utilização das gorduras. A regulação dos níveis plasmáticos de AGL durante a atividade física depende da ação da adrenalina (hormônio que atua na mobilização da gordura acumulada); níveis sangüíneos de lactato (que inibem a mobilização dos AGL's pela lipase); e concentrações do hormônio de crescimento;

    • Níveis de Cortisol Plasmáticos: hormônio secretado pelo córtex adrenal durante atividade física e mental que cataboliza os aminoácidos formando glicose. Atua também na mobilização de AGL a partir do tecido adiposo e impede a entrada da glicose na célula, obrigando a utilização das gorduras como fonte de energia;




    • Ingestão de Cafeína: a ingestão de cafeína, na forma de café normal, direciona o metabolismo para os AGL's economizando assim as reservas de glicogênio.Em uma excelente revisão sobre o assunto, POWERS & HOWLEY (2004) descreveram os diversos fatores que determinam o direcionamento do metabolismo para a via glicolítica ou lipolítica a partir do volume e intensidade das atividades físicas realizadas.

    • Intensidade do Exercício: é um dos fatores principais no direcionamento do substrato energético a ser metabolizado. Pela maior complexidade das reações, o metabolismo lipídico necessita de uma intensidade de exercício mais branda. Em atividades abaixo de 30 % do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), praticamente todo o ATP ressintetizado provém do metabolismo lipídico, fato este que se altera a uma intensidade de aproximadamente 70 % do VO2máx, onde a maior parte da energia liberada para a ressíntese do ATP passa a ser fornecida pelo metabolismo dos carboidratos. Entre as intensidades de 30 e 70 %, na medida em que o exercício vai se tornando cada vez mais intenso, vai ocorrendo progressivamente uma mudança de predominância das gorduras para os carboidratos (Figura 1a).
    • Evidências sugerem que dois fatores principais estariam relacionados a esta alteração (GOLLNICK et al., 1986; BROOKS & MERCIER, 1994 & TURCOTTE et al., 1995):
      • o primeiro fator estaria relacionado ao recrutamento das fibras de contração rápida em intensidades de exercício mais elevadas.

    Tais fibras possuem uma menor reserva de triglicerídeos e uma menor capacidade de metabolizar as gorduras associada a uma maior capacidade de utilização dos carboidratos;

    • o segundo fator estaria relacionado a secreção de adrenalina e noradrenalina, que aumentam sua concentração na corrente sangüínea à medida que a intensidade do exercício se eleva.
    Tal alteração leva a um aumento do metabolismo glicolítico e, consequentemente, a um aumento das concentrações de lactato.
    O lactato, por sua vez, inibe a ação da lipase, enzima responsável pela hidrólise dos triglicerídeos em glicerol e AGL, diminuindo assim a oferta desse substrato para o metabolismo, levando a glicose à posição de combustível principal.







    • Duração da Atividade: à medida que a atividade aumenta de duração, vai ocorrendo um direcionamento do metabolismo para as gorduras (Figura 1b).

    Os fatores que regulam tal fenômeno estão relacionados, provavelmente, às variáveis que controlam a taxa de oxidação das gorduras (lipólise), mais especificamente à ação dos hormônios adrenalina, noradrenalina e glucagon (HOLLOSZY, 1990).
  1. Outro fator importante diz respeito ao hormônio insulina.
  2. À medida que a atividade realizada se estende por diversos minutos, os níveis sangüíneos das catecolaminas se elevam, promovendo assim uma maior liberação de AGL na corrente sangüínea, aumentando o metabolismo das gorduras.
  3. A insulina, como já comentado, inibidora do processo, tende a diminuir em exercícios de longa duração, favorecendo ainda mais o metabolismo das gorduras.





As evidências da literatura são bastante claras em afirmar quais os determinantes para o metabolismo ser direcionado para a via lipídica ou glicídica.

Tal conclusão não está aqui sendo questionada, porém a extrapolação de que esta via deva ser aquela utilizada na prescrição de exercício para emagrecimento é que está sendo discutida.

De acordo com as evidências sobre os determinantes para o metabolismo lipídico, é compreensível que a utilização dos exercícios aeróbios de baixa intensidade e longa duração, entre outras medidas que maximizem o metabolismo das gorduras, sejam adotadas (Quadro 2).
De forma aparentemente muito simplista e causal, começou-se a supor que a única maneira de metabolizar a energia estocada em excesso no corpo humano na form
a de gordura seria priorizando, durante a atividade física, a via aeróbia.

Apesar de atrativa, essa afirmativa carece de experimentos científicos que a sustente.

Mesmo considerando a importância da intensidade do trabalho no direcionamento do substrato utilizado, Romijn et al. (1993) demonstraram que altas intensidades de exercício, apesar de propiciarem uma participação percentual menor das gorduras como fonte energética, no cômputo final, i.e. levando-se em consideração uma menor participação percentual numa maior intensidade, propiciam a utilização de gorduras em quantidades semelhantes àquelas utilizadas em atividades de menor intensidade (Figura 2).





Numa comparação simulada entre duas intensidades de exercício com duração de 30 min, uma a 50 % do VO2máx e outra a 75 %, Wilmore & Costill (1994) demonstraram não existir diferença entre a quantidade de calorias gastas a partir das gorduras, apesar da intensidade da segunda atividade propiciar uma participação percentual deste substrato menor que na primeira situação (Tabela 2). A compreensão deste conceito passa anteriormente pelo entendimento da monitoração do substrato utilizado. Utilizando um sistema de análise de gases expirados, que possibilite a determinação do consumo de oxigênio (VO2) e da produção de gás carbônico (VCO2), é possível determinar a quantidade percentual de mobilização de gorduras e carboidratos. A variável que possibilita essa visualização é o quociente respiratório (QR), determinado como demonstrado abaixo.




Dependendo do valor observado numa determinada atividade, é possível estabelecer qual a colaboração percentual das gorduras e carboidratos como substrato energético. Para uma mobilização plena de gordura, é necessário que o QR esteja em 0,7 e para os carboidratos em 1,0. Mais detalhes sobre o entendimento deste conceito podem ser esclarecidos em livros básicos de fisiologia do exercício e/ou nutrição.




Como pode ser observado na Tabela 2, a modificação do QR proporcionado pelo aumento da intensidade da atividade resultou numa mesma mobilização das gorduras nos dois exemplos apresentados, apesar de uma menor participação percentual deste substrato a 75 % do VO2máx.

Com base nas evidências de Romijn et al. (1993) e Wilmore & Costill (1994), parece não existir fundamentação que apoie a principal justificativa das teorias que defendem a orientação de atividades de baixa intensidade com o intuito de otimizar o metabolismo das gorduras. Como demonstrado, intensidades mais altas propiciam uma participação percentual menor das gorduras, porém quando o total gasto é observado, essa diferença desaparece.




Considerações sobre o Modelo Matemático

Do outro lado da discussão apresentada até o momento, estão as evidências sobre as calorias ingeridas nas refeições e gastas durante diferentes tipos de atividades de lazer, laborativas e no repouso.

Citando a primeira lei da termodinâmica, a que prega que nenhuma energia é criada, e sim transformada, os alimentos ingeridos possuem energia, os organismos estocam essa energia ingerida (principalmente na forma de carboidratos e gordura) e as atividades diárias despendem energia.
Pela característica de cada sítio de armazenamento de energia (Tabela 1), as gorduras assumem um papel fundamental no que se refere à manutenção das energias ingeridas e não gastas.

A Caloria ou, mais precisamente, a quilocaloria (kcal), foi uma das unidades adotadas pelos especialistas com o intuito de traduzir o quanto de energia está contida em cada alimento, ou ainda quanto seria necessário para desempenhar uma determinada tarefa. Uma kcal seria a energia necessária para aquecer um litro de água em 1º C (POWERS & HOWLEY, 2004).

Numa visão tradicional, o excesso de massa ou o emagrecimento, seriam conseqüências de um desequilíbrio na balança energética (ingestão vs. dispêndio) positivo ou negativo, respectivamente.
Nesta visão, o ganho de massa se daria por um aumento na ingestão energética associada a uma diminuição ou baixo gasto energético, levando a um acúmulo de energia pelo organismo, que, como já comentado, utilizaria a gordura subcutânea como via de estoque.

Um quilo de gordura estocada eqüivale a aproximadamente 7.700 kcal (ACSM, 2000). Isso significa que um acúmulo diário de 400 kcal, seja por falta de uma atividade física regular ou pelo excesso de alimentos ingeridos, levaria a um aumento de massa de 1,58 Kg em um mês.

Apesar dessa estimativa estar matematicamente correta, o organismo dispõe de mecanismos para que oscilações extremas não aconteçam num curto espaço de tempo. Como exemplo, pode-se citar um clássico estudo de Benedict e colaboradores de 1919 (citados por POWERS & HOWLEY, 2004), onde foi demonstrado um aumento do metabolismo de repouso quando indivíduos eram submetidos a uma dieta hipercalórica.

Desta forma, é possível que uma grande oscilação energética alimentar gere apenas um pequeno aumento nos estoques energéticos humanos.

Mais recentemente, POWERS & HOWLEY (2004) apresentaram um modelo ligeiramente mais elaborado para o entendimento da balança energética. Segundo estes autores, pelos diversos recursos que o organismo dispõe para compensar a balança energética em situações de desequilíbrio, o termo "taxa de mudança das reservas de energia" deve ser priorizado. Neste entendimento, as modificações que ocorrem no organismo, incluindo as modificações do metabolismo de repouso, digestão e utilização dos alimentos e as alterações hormonais, estariam sendo consideradas. Para mais detalhes, sugere-se a leitura do texto original.

As calorias ingeridas proveniente dos alimentos podem ser facilmente determinadas se forem conhecidas as quantidades relativas de lipídeos, protídeos e glicídeos.

Para cada grama de lipídeo, tem-se o total de 9 kcal, sendo que para os demais nutrientes, apenas 4 kcal.
O cálculo do valor energético de um determinado alimento pode ser estimado a partir da computação parcial das calorias de cada nutriente e a sua conseqüente soma, totalizando o valor energético do alimento.
Atualmente, os rótulos dos produtos industrializados já contêm, na maioria das vezes, o valor total das calorias.
De acordo com o objetivo, deve-se fazer uma adequação das calorias ingeridas às necessárias para uma rotina diária.
O ideal para o desenvolvimento de um plano alimentar com essas bases é a consulta a um profissional da área de nutrição, que garantirá não somente uma dieta hipocalórica, como também o balanceamento dos macro e micronutrientes.


Vale salientar que as gorduras ingeridas na dieta, quando comparadas aos carboidratos e proteínas, apresentam mais que o dobro das calorias. Provavelmente por esse motivo, tem-se priorizado uma dieta hipolipídica para fins de emagrecimento, primeiro por facilitar a diminuição das calorias ingeridas na alimentação, e segundo por ser consideravelmente complicado atingir as calorias adequadas para o emagrecimento se a dieta possuir uma grande contribuição por parte das gorduras.

Evidências ainda sugerem que uma alta taxa de gorduras na dieta em relação aos carboidratos está associada a uma maior incidência de obesidade (MILLER, 1991), sem contar os maiores riscos para o desenvolvimento de doença arterial coronariana que alguns tipos de lipídeos podem proporcionar.

Há alguns anos, Jequier (1993) introduziu a idéia de que uma das causas do aumento de massa seria um excesso de gordura na alimentação.
Segundo este autor, um desequilíbrio entre as gorduras ingeridas e as gastas levaria a um acúmulo de gordura corporal, principalmente nos estoques subcutâneos.

Numa situação de balanço energético positivo a partir dos carboidratos e proteínas, o organismo aumentaria seu metabolismo para utilizar essa energia em excesso nas suas funções biológicas (síntese tecidual, transporte de nutrientes, estocagem de carboidratos ou liberação de energia para as atividades).

Já a gordura em excesso seria prontamente estocada na forma de triglicerídeos no tecido adiposo. Autores como Scott Powers e seus colaboradores parecem corroborar com essa teoria.

Para prescrição de exercícios com base nas calorias a serem gastas, pode-se utilizar a relação existente de 5 kcal despendidas para cada litro de oxigênio consumido (ACSM, 2000). Se forem conhecidas as exigências metabólicas da atividade desempenhada, pode-se estimar o total de calorias gastas. Se para um indivíduo de 80 kg, caminhar a 4 km.h-1 eqüivale a um dispêndio energético de aproximadamente 4,1 kcal.min-1, a partir de simples cálculos matemáticos pode-se saber qual o gasto em trinta minutos de atividade, ou mesmo de quantas sessões seriam necessárias para que este indivíduo perdesse um determinado excesso de calorias acumulado na forma de gordura.
Para este fim, três possibilidades podem ser utilizadas:








      • utilização das equações do American College of Sports Medicine (ACSM) para o cálculo do consumo de oxigênio em diferentes atividades (Quadro 3);




      • medida direta do consumo de oxigênio;

      • e utilização de tabelas que contenham os valores dos equivalentes metabólicos (MET) (AINSWORTH et al., 1993 e AINSWORTH et al., 2000).





O cálculo do consumo de oxigênio por minuto, e consequentemente das calorias gastas, pode ser realizado pelas equações do ACSM quando os trabalhos em esteira, pista, bicicleta ergométrica ou banco forem utilizados (Quadro 3).

A partir da determinação do consumo de oxigênio da atividade, que preferencialmente deverá ser realizada numa condição de steady state, pode-se converter o resultado em calorias, ou a partir de um determinado gasto objetivado, pode-se determinar o ritmo de corrida ou a carga de trabalho numa bicicleta.

Com algumas adaptações, pode-se adequar a medida direta do consumo de oxigênio em diferentes atividades, desde as cíclicas até as acíclicas.

Para as atividades acíclicas em que a medida direta do consumo de oxigênio não estiver disponível, pode-se utilizar as tabelas de METs, uma vez que atualmente dispõe-se de uma variedade bastante ampla de atividades. Um MET eqüivale ao consumo de oxigênio de 3,5 mL.kg-1.min-1 e expressa, em teoria, o metabolismo de repouso de um indivíduo. A conversão de MET para kcal pode ser realizada a partir da fórmula sugerida pelo ACSM (ACSM, 2000):




Um indivíduo realizando uma atividade de 6 METs e que tenha 70 Kg de massa corporal teria um gasto de 7,35 kcal.min-1 (6 METs x 70Kg x 3,5 200 = 7,35 kcal.min-1)

Em todos os casos, a orientação de exercícios deverá ter suas calorias computadas e a estimativa de perda de massa deve utilizar a relação de 7.700 kcal para cada quilo de gordura a ser perdido.
Segundo o próprio ACSM (ACSM, 2000), a programação de perda de massa não deveria exceder 1 kg por semana ou o equivalente a um déficit energético semanal de 7.700 kcal, incluindo a restrição alimentar e o dispêndio com atividade física.

Pela diversidade de fatores que atuam e influenciam o processo de perda ponderal, parece presunção atribuir ao gasto energético proporcionado pela atividade física os méritos exclusivos pela redução da massa corporal.
Sabe-se claramente que apesar de importante, esse gasto é apenas um dos seis benefícios proporcionados pelo exercício no processo de emagrecimento (Quadro 4) (ACSM, 2001). Mais detalhes sobre este tópico poderão ser obtidos na obra original.
Cabe, porém, alguns comentários sobre dois destes tópicos: a manutenção ou aumento do metabolismo de repouso e o aumento da auto estima, ambos proporcionados pela prática regular de atividade física.





Uma das conseqüências indesejáveis do processo de perda de massa é a redução do metabolismo de repouso, que em alguns casos pode chegar a 20 % (ACSM, 2001). Sendo considerada como uma defesa do organismo no sentido de preservar energia numa situação de privação, i.e. balanço energético negativo, os seres humanos passam a gastar menos calorias em repouso do que gastariam se estivessem numa dieta adequada do ponto de vista energético. Levando em consideração que aproximadamente 70 % das calorias gastas durante um dia são provenientes deste metabolismo, uma redução de 100 a 200 kcal por dia eqüivaleria a uma resistência do organismo a perder aproximadamente 90 a 180 g de gordura em uma semana ou 395 a 790 g de gordura por mês. Olhando para os mesmos dados de outra maneira e utilizando o mesmo exemplo de gasto energético em atividade já apresentado neste documento (caminhada a 4 km.h-1 para um indivíduo de 80 kg), esses valores representariam uma atividade diária de 24 a 48 min.




A atividade física regular possibilita a manutenção do metabolismo de repouso, parecendo ser essa adaptação aguda e não crônica (BULLOUGH, 1995). Isto significa que se o treinamento regular for interrompido, haverá uma imediata diminuição do metabolismo de repouso. Seu aumento acima dos níveis normais está associado a um aumento da massa corporal magra que por sua vez é, na maioria das vezes, conseqüência de um treinamento de força. Como as cargas iniciais para este tipo de treinamento em sedentários são mais baixas que as indicadas para um trabalho de hipertrofia e a progressão do trabalho é geralmente mais lenta, o aumento do metabolismo de repouso retarda a aparecer.




O segundo tópico a ser destacado se refere ao aumento da auto-estima, constantemente mencionado como um dos importantes benefícios da prática regular de exercícios (USDHHS, 1996). A partir da adoção de um estilo de vida ativo, é comumente relatada a modificação de auto percepção e bem estar que os indivíduos passam a experimentar. Tal mudança tende a influenciar por completo a forma de encarar a vida e conseqüentemente os hábitos deletérios à saúde, como por exemplo, uma dieta desequilibrada, tabagismo etc. Sendo assim, é muitas vezes comum que uma dieta hipocalórica, com menor quantidade de lipídeos e monossacarídeos, seja adotada quase que naturalmente, favorecendo assim um aumento do déficit energético total e consequentemente do emagrecimento. Tal aspecto tem sido muitas vezes negligenciado quando os benefícios da atividade física são considerados, apesar de sua importante colaboração. Se um indivíduo deixa simplesmente de ingerir uma lata de refrigerante (350 mL - 135 kcal) por dia, tal redução energética representaria ao final de um mês a 0,53 kg de gordura corporal.




Com base nas argumentações apresentadas, vale perguntar como se daria a perda de gordura com base no modelo matemático? Como já mencionado, o organismo estoca energia principalmente na forma de gordura. Numa situação de privação energética, como por exemplo, a que ocorre durante uma dieta, as calorias ingeridas durante o dia não seriam suficientes para atender a todas as necessidades orgânicas. Nesta situação, os estoques de gordura passariam a ser requisitados em pequenas quantidades diárias. Se esta situação permanecer por vários dias, semanas ou meses, o somatório dos pequenos gastos resultaria numa significativa diminuição da gordura corporal.




Nesse sentido, o tipo de atividade realizada não faria a menor importância para o emagrecimento. As calorias gastas durante a atividade, independentemente se provindas dos carboidratos ou lipídeos, levariam o dispêndio energético diário a uma situação superior à alcançada pela ingestão, forçando o organismo a utilizar suas reservas. Como a modificação da balança energética incluiu a atividade física, a diminuição do metabolismo de repouso seria evitada, favorecendo o processo de perda de massa.




Pela linha de discussão traçada até o momento, os exercícios anaeróbios aláticos ou láticos seriam perfeitamente orientados, desde que considerado o maior risco de lesão e uma menor chance de aderência à prática de atividade física devido à sua alta intensidade. O gasto energético dessas atividades, dependendo da duração e da intensidade, pode se igualar ou até ultrapassar os alcançados em atividades tipicamente aeróbias, uma vez que o consumo de oxigênio pós-exercício passa a contribuir consideravelmente para aumentar as calorias gastas. Para mais detalhes sobre o custo energético de diferentes atividades, sugere-se a publicação de Ainsworth et al. (1993). Em relação ao consumo de oxigênio pós exercício, os livros de McArdle et al. (2001), Powers & Howley (2004) e Wilmore & Costill (1994), entre outros, apresentam o assunto de forma bastante completa.


Conclusões e recomendações

As evidências são bastante claras no que se refere aos fatores que determinam o metabolismo das gorduras ou dos carboidratos. Talvez tamanha clareza tenha levado inúmeros profissionais a concluir erroneamente que o direcionamento do metabolismo para as gorduras seria a única forma de promover o emagrecimento.




Autores como Åstrand & Rodahl (1992), McArdle et al., (2001), Pollock & Wilmore (1993), Powers & Howley (2004) e o próprio ACSM (ACSM, 1983, 1993, 2001a, 2001b e 2000) não fazem nenhuma menção à importância de condutas relacionadas ao Modelo Metabólico. Wilmore & Costill (1994) indicaram o aparecimento, em meados da década de 80, de grupos de profissionais da fisiologia do exercício com recomendações para o processo de emagrecimento relacionadas ao modelo metabólico. Em seu livro, Powers & Dodd (1997) citam dois trabalhos relacionados a esse tipo de conduta. Apesar de inúmeros autores com considerável prestígio nem tocarem neste assunto, no Brasil, foi marcante o impacto desse modelo nas ações para perda de massa e orientação da atividade física.

As evidências aqui apresentadas não sugerem um tipo de exercício diferente do tradicionalmente prescrito para perda de massa. Independente da teoria utilizada como paradigma, um trabalho de baixa intensidade e longa duração é o recomendado, mas não com a intenção de metabolizar as gorduras, e sim por proporcionar, provavelmente, um maior prazer, maior chance de manutenção do cliente ao programa (aderência) e alcançar um gasto energético adequado (aproximadamente 300 a 500 kcal por sessão) (ACSM, 1983, 2000 e 2001b). Também é recomendação do ACSM a realização de exercícios contra resistência e de flexibilidade, de preferência nos moldes do último posicionamento dessa entidade sobre quantidade e qualidade de exercícios para adultos saudáveis (ACSM, 1998).

Quanto às recomendações para prescrição de atividade física, algumas considerações importantes se fazem necessárias:

  • com base no gasto energético, não faz a menor diferença que a atividade seja contínua ou intervalada. Isso permite que indivíduos mal condicionados, ao invés de terem que enfrentar os maçantes 40 min contínuos numa bicicleta, possam realizar quatro séries de 10 min, totalizando os mesmos 40 min e consequentemente o mesmo gasto energético. Segundo o ACSM (ACSM, 1998)

    • os estímulos fracionados deveriam ter no mínimo 8 min de duração.


    • a modificação do estilo de vida, i.e. andar mais a pé e menos de carro, usar mais as escadas etc., são importantes coadjuvantes para o sucesso do programa.

    quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

    Objetivos da Musculação



    Objetivos da Musculação

    A Musculação nos dias de hoje tem deixado de ser vista apenas como sinônimo de treinamento de força.
    Os mitos que envolvem têm caído por terra, graças, em parte, à mídia, que vem esclarecendo e despertando a população em geral para seus ben
    efícios.
    Desta forma os próprios alunos têm buscado Profissionais mais qualificados nas academias, que sejam realmente capazes de lhes prestar uma melhor assistência e orientação.
    A grande maioria das pessoas ainda procura na Musculação apenas uma melhor aparê
    ncia estética, contudo, isto na verdade não deveria ser o objetivo e sim a conseqüência natural de uma atividade física bem orientada e segura, num sentido maior - melhoria de qualidade de vida.
    Assim, dentro de um conceito de aptidão física, devemos buscar numa sessã
    o de musculação o desenvolvimento de três qualidades físicas básicas: a força ou resistência muscular, a flexibilidade e a resistência aeróbica. Trazendo os seguintes benefícios:

    Benefícios da Musculação

    • Sensação de tranqüilidade e bem-estar;
    • Melhorias da auto-imagem, do auto-conceito e da auto-estima;
    • Melhorias na socialização e nos relacionamentos interpessoais;
    • Melhoria da qualidade do sono;
    • Melhoria em quadros de depressão e angústia;
    • Melhoria dos aspectos cognitivos (atenção, concentração, memória e aprendizagem);
    • Diminuição do nível de ansiedade , refletindo em alguns dos problemas de obesidade;
    • Aumento do gasto calórico total diário, reduzindo e controlando a quantidade de gordura corporal (desde que acompanhada de uma dieta adequada);
    • Melhoria da capacidade de resposta muscular em situações de perigo devido ao melhor condicionamento físico;
    • Aumento de massa magra e enrijecimento muscular;
    • Aumento da Força Muscular;
    • Melhoria da Flexibilidade;
    • Melhoria da Capacidade Aeróbica;
    • Menor predisposição em desenvolver sintomas psicossomáticos, como úlceras psicogênicas, impotência , anovulação , etc...;
    • Aumento da resistência do sistema imunológico, diminuindo o risco de infecções oportunistas;
    • Diminuição do risco de problemas cardíacos;
    • Diminuição do risco de hipertensão;
    • Diminuição do risco de problemas de colesterol e diabete.

    EMAGRECIMENTO



    EMAGRECIMENTO . . .

    Muitas pessoas preocupadas em emagrecer e até médicos acreditam que a musculação atrapalha o processo de emagrecimento, pois embora haja uma perda da porcentagem de gordura, há também um aumento da massa magra (massa muscular), podendo não apresentar perda de peso na balança.
    Antes de entendermos como podemos emagrecer e quais os melhores exercícios para o emagrecimento, devemos entender alguns conceitos acerca das necessidades e funções das gorduras.
    A maioria dos fisiculturistas estão preocupados em melhorar a aparência corporal com um aumento da massa muscular e da redução do percentual de gordura.
    Entretanto, a perda de peso muito rápida resulta em diminuição da força, da resistência muscular, e da capacidade aeróbia. Por outro lado, uma certa quantidade de gordura no corpo é necessária para manter a saúde e o desempenho.

    A quantidade mínima de gordura necessária para mantê-lo vivo é chamado de gordura essencial e inclui a que faz parte de suas membranas celulares, tecido cerebral, coberturas nervosas, medula óssea, e também aquela gordura que circunda seus órgãos internos e que os isola, protege e amortece contra lesões físicas.
    Segundo Anita Bean
    ( O guia completo de treinamento de força - Ed. Manole ) numa pessoa saudável, a quantidade de gordura essencial corresponde a 3% do peso corporal.

    Médicos e fisiologistas recomendam um mínimo de 5% de gordura corporal para homens e 10 % para as mulheres, porém geralmente a faixa saudável para homens varia entre 13 e 18 % e para mulheres entre 18 e 25 %. Os problemas com níveis de gordura abaixo de 15-20% em mulheres incluem o desenvolvimento de desequilíbrios hormonais, redução da produção de estrógeno, irregularidades na menstruação, disfunção menstrual, cessação dos ciclos e infertilidade. Para os homens, o baixo nível de gordura ( abaixo de 5% ) provoca queda na produção de testosterona, no número de espermatozóide, na libido e na atividade sexual.

    Percentual de gordura adequado, de acordo com o sexo

    Sexo Mínimo Normalidade
    Masculino 5 % 13 % a 18 %
    Feminino 10 % 18 % a 25 %

    * BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS AERÓBIOS *

    Aprenda como o exercício pode te ajudar a queimar aquela gordurinha tão indesejada


    O exercício físico irá basicamente te ajudar a perder gordura de 3 maneiras.

    AUMENTANDO O METABOLISMO ...

    Algumas pessoas erroneamente acreditam que exercícios não valem a pena o esforço por causa do pequeno número de calorias gastas. Por exemplo, andar queima aproximadamente 5 calorias por minuto. Devido ao fato de ter 7700 calorias em um quilo de gordura, iria parecer que você teria que andar 25 horas e 36 minutos para perder 1 quilo de gordura.

    Porém a verdade é que mesmo os exercícios moderados aumentam seu metabolismo (queimando calorias) 3 a 8 vezes, durante horas depois do exercício. O efeito residual do exercício, e não o próprio exercício, é o maior responsável pela queima de calorias.

    MANTENDO OS MÚSCULOS ATIVOS ...

    Já que cada quilo de músculo requer 110-220 calorias para se sustentar e que a gordura é queimada quase que exclusivamente nos músculos, manter seus músculos torna-se crucial se você deseja perder gordura.

    Os exercícios requerem que você use seus músculos, o que te permite manter (ou ainda aumentar) a quantidade de músculo que você tem. Não fazendo exercício, você irá perder músculo e reduzir sua habilidade de queimar gordura.

    Lembre-se que exercícios podem lhe permitir aumentar sua massa muscular ao mesmo tempo em que você está perdendo gordura, e seu peso pode não alterar. Você irá aproveitar todos os benefícios (visuais e de saúde) de uma melhor proporção gordura/músculo, e é isso o que importa.

    AUMENTANDO AS ENZIMAS QUE OXIDAM GORDURAS ...

    Você não pode perder gordura sem que a queime em seus músculos. Os músculos tem enzimas muito específicas que queimam apenas gordura.

    Pesquisas demonstram que pessoas que se exercitam regularmente tem muito mais enzimas que queimam gordura nos músculos do que pessoas que não se exercitam.

    Em outras palavras, os exercícios aumentam a habilidade do corpo queimar gordura mais eficiente
    mente. Isto significa que quanto mais você se exercitar, quanto mais você usar seus músculos, mais enzimas que queimam gordura seus músculos irão desenvolver para queimar mais gordura.

    CONCLUSÃO

    Os benefícios dos exercícios vão muito além da perda de peso. Simplificando, um corpo em forma responde diferentemente as coisas do que um corpo com muita gordura.

    Contrariando o que muitas pessoas acreditam, atletas em forma comumente não fazem uma dieta ideal. Mas por causa dos exercícios e seus corpos musculosos com pouca gordura, as conseqüências são mínimas.

    Coisas como gordura, colesterol, açúcar, sal, etc. não afetam alguém que está em forma da mesma maneira que afeta alguém que é gordo. Pelo ponto de vista médico, exercícios afetam positivamente todos os órgãos do corpo. Exercícios também melhoram seu sono, nível de energia, humor, mente, e trazem um sentimento geral de bem estar.

    Quanto mais você fizer, mais você irá querer fazer já que os benefícios continuam a aumentar e você consegue os resultados que está procurando. Para terminar, exercício é fundamental para a perda de gordura como também para o melhoramento da qualidade de vida de uma maneira geral.

    * DICAS SOBRE EXERCÍCIOS P/ EMAGRECER*

    DICA NÚMERO 1: INTENSIDADE

    Isso se refere ao seu nível de esforço durante o exercício. Mesmo que algumas pessoas ainda achem que se um exercício não seja doloroso ele não está fazendo nenhum bem, a teoria sem dor, não há ganho (no pain, no gain) não se aplica ao processo de queima de gordura.

    Se você se exercitar em um nível de intensidade muito alto, seu corpo irá usar açúcar como fonte primária de energia. Para queimar gordura, você deve se exercitar a um nível moderado e confortável. Para se beneficiar ao máximo do exercício, focalize em duração e não em dificuldade.

    A maneira mais comum de identificar se você está no nível de intensidade correto é checar seus batimentos cardíacos (pulsação) durante o exercício, já que o ritmo dos seus batimentos cardíacos são diretamente relacionados ao nível de intensidade com que você está se exercitando.

    Você pode checar sua pulsação palpando a parte de dentro de seu pulso ou palpando seu pescoço. Simplesmente conte sua pulsação por 6 segundos e adicione um 0 a este número para achar seus batimentos por minuto assim você não precisa parar de se exercitar durante um minuto inteiro.

    Tente checar sua pulsação várias vezes durante o exercício para assegurar que você está na intensidade correta (diminua a velocidade ou até pare se precisar). Para identificar seu batimento cardíaco alvo, subtraia sua idade de 220 para determinar seu batimento cardíaco máximo. Depois pegue 65% deste número para determinar seu batimento cardíaco alvo mais baixo, e 80% para determinar seu batimento cardíaco alvo mais alto. Por exemplo, se você tem 30 anos de idade:

    Cálculo da freqüência cardíaca ideal para emagrecer

    220 - 30 = 190 (batimento cardíaco máximo)

    190 x 0,65 = 124 (batimento cardíaco alvo mais baixo)

    190 x 0,80 = 152 (batimento cardíaco alvo mais alto)


    A maneira mais fácil e confiável de saber como estão seus batimentos cardíacos durante o exercício aeróbico é comprando um aparelho que monitore seus batimentos cardíacos.

    O aparelho que monitora os batimentos cardíacos é eletrônico e tem um formato parecido com o de uma fita. Ele é usado em volta do peito, e através de um relógio especial (que vem junto com o aparelho) você vai monitorando seus batimentos.



    DICA NÚMERO 2: DURAÇÃO IDEAL DO EXERCÍCIO

    Isto se refere a quanto tempo você faz o exercício. Vinte minutos é geralmente considerado o mínimo para se obter os benefícios da queima de gordura e aumentar o crescimento das enzimas de queima de gordura em seus músculos.

    Se você está começando, comece com 20 minutos e tente aumentar gradualmente. Não se preocupe com a distância percorrida durante o exercício; o tempo que você se exercita é o que importa, e não a distância.

    Ao contrário do que muitos acreditam, fazer exercícios durante 1 hora ao invés de 30 minutos não irá te trazer o dobro de benefícios.
    Herbalife melhora o seu desempenho !Sessões longas fazem com que o corpo questione a severidade da seção de treinamento e, infelizmente, aumenta as chances da quebra dos músculos um horror para quem está querendo perder gordura.

    Trinta minutos é o suficiente para aumentar o metabolismo do corpo e começar o processo de usar mais gordura como fonte de energia.



    DICA NÚMERO 3: FREQÜÊNCIA DOS EXERCÍCIOS

    Isto se refere ao período de intervalo entre suas seções de exercício. Tente se exercitar no mínimo 3 vezes por semana com não mais que 2 dias de descanso entre as seções de exercício (assim você não perde condicionamento).

    A freqüência ideal é se exercitar de 5 a 6 vezes por semana. Tire um dia da semana para descansar. Desta forma você descansa corpo e mente durante um dia, mantém a motivação em alta e diminui o risco de contusões.

    Não tenha medo de descansar um ou alguns dias achando que com isso você irá estar quebrando o ciclo do programa ou engordando.
    Mesmo os atletas mais preparados precisam de um dia de descanso de vez em quando.


    DICA NÚMERO 4: HORÁRIO CERTO PARA EXERCITAR-SE !

    Essa dúvida é muito comum em academias. Mas antes de respondê-la, é melhor definir qual é seu objetivo e em seguida entendermos alguns conceitos acerca da fisiologia.

    É muito importante diferenciar exercícios aeróbicos de exercícios anaeróbicos. Exercícios aeróbicos são aqueles onde você mantém seus batimentos cardíacos elevados (70-80% do máx.) e constantes. Dentre eles estão correr, pedalar e nadar.

    Exercícios que envolvem movimentos rápidos e intensos seguidos de descanso (mesmo que sejam extenuantes) são considerados exercícios anaeróbicos. Quando você vai a uma academia fazer musculação, você está indo fazer um exercício anaeróbico. Ao fazer abdominais ou flexões, você também está trabalhando seus músculos desta forma.

    Quando você acorda, a quantidade de carboidratos no seu corpo é bastante baixa já que sua última refeição foi na noite do dia anterior. Como esta reserva de carboidrato é muito baixa ao acordar, esta é a melhor hora para praticar uma atividade aeróbica caso seu objetivo seja emagrecer. Nesse horário, nosso organismo usa uma porcentagem maior de gordura como energia.

    Se você fizer uma atividade aeróbica logo após fazer uma refeição rica em carboidratos, seu corpo irá usar estes recém ingeridos carboidratos como fonte de energia, e não a gordura que você quer tanto queimar.

    Já com os exercícios anaeróbicos ( hipertrofia ) você não deve fazê-los sem se alimentar. O objetivo destes é aumentar sua massa muscular para aumentar seu metabolismo. Você precisa de energia para fazê-los e por isso deve se alimentar antes.

    Se você faz um exercício anaeróbico sem se alimentar, você prejudica sua performance e pode obter um resultado contrário ao que deseja. Ao invés de aumentar sua massa muscular, você poderá perder massa já que o organismo usará proteínas do próprio músculo para gerar energia.


    Se você quer se exercitar 2 vezes ao dia (uma seção de aeróbico e uma seção de anaeróbico em horas diferentes), o melhor a fazer é se alimentar, depois fazer um exercício anaeróbico e só depois fazer um exercício aeróbico.

    É importante ressaltar que se você tem o hábito de fazer um exercício aeróbico pela manhã e logo depois fazer um exercício anaeróbico, você não deve deixar de fazer o café da manhã. Fazer o exercício aeróbico depois do exercício anaeróbico é melhor já que você usa os carboidratos que ingeriu no café da manhã durante a seção do exercício anaeróbico e, quando começar a seção aeróbica, o seu corpo já não terá muitos carboidratos e irá queimar mais gordura.

    * EMAGRECIMENTO X MUSCULAÇÃO *

    TAXA METABÓLICA DE REPOUSO

    Para quem ainda não sabe, a musculação é um trabalho que também pode proporcionar a queima de massa gorda. Para entendermos melhor como isto acontece, devemos aprender um pouco sobre Taxa Metabólica de Repouso (TMR).

    A TMR representa o gasto energético necessário para manter as funções vitais durante o repouso. Em geral, a TMR representa de 60 a 75% do total de energia gasta diariamente o efeito térmico da respiração representa em torno de 10% e a atividade física uma faixa entre 15 a 30%.

    Para se calcular o gasto energético em repouso, existem fórmulas complexas que levam em conta a área corporal e a idade. Outras ainda calculam o gasto metabólico basal baseado na quantidade de massa magra. Uma fórmula simples de se calcular o gasto calórico em repouso é pelo método mostrado no livro de Nancy Clark (Guia de Nutrição Esportiva), no qual se utiliza a seguinte fórmula:

    TAXA METABÓLICA DE REPOUSO

    T.M.R. = Peso corporal (kg) x 22 calorias


    Depois de calculada a TMR, some ainda o gasto energético de suas atividades diárias (trabalho, atividades no lar). Não considere a sua atividade física.

    Por exemplo:

    Se você, no dia-a-dia, tem um trabalho sedentário, no qual pouco se movimenta e só anda de carro, você é pouco ativo. Some ao TMR mais 20 a 40% do TMR.

    Se você é uma pessoa moderadamente ativa no dia-a-dia, caminha um pouco para chegar ao trabalho e se movimenta bastante quando está trabalhando, some à TMR mais 40 a 60% do TMR.

    Se você for muito ativo, ou seja, seu trabalho exige grandes esforços manuais ou caminhadas contínuas, acrescente ao TMR mais 60 a 80% do mesmo.

    Por exemplo: você pesa 60 kg e é uma pessoa moderadamente ativa.

    TMR = 22 X 60

    TMR = 1320 calorias

    Calcule agora as calorias gastas das atividades diárias para uma pessoa moderadamente ativa.

    Atividades diárias = 50% X 1320 = 660 calorias

    Agora some as duas

    TMR + atividades diárias = 1320 +660 = 1980 calorias diárias.

    E o que esta taxa metabólica em repouso tem haver com a musculação? O aumento de massa muscular provocado pela musculação faz com que a taxa metabólica de repouso sofra um aumento, pois a massa muscular consome energia ativamente mesmo durante o repouso. Em um estudo (Nelson, 1994), feito com homens e mulheres de 50 a 70 anos que realizaram um trabalho de musculação 3 dias por semana durante 12 semanas, foi observado que a TMR aumentou 15% e isto representou uma perda de 2 kg de massa gorda, sem que tivesse sido feita nenhuma dieta.


    Analisando comparativamente à atividade aeróbia, notamos que o gasto calórico durante a atividade aeróbia ocorre principalmente durante o exercício, enquanto no trabalho de musculação a queima calórica ocorre predominantemente em repouso.

    Enfim, tanto a atividade aeróbia quanto a musculação proporcionam a perda de massa gorda. E qual das duas proporciona maior queima? Isto vai depender do tipo de atividade aeróbia escolhida, da intensidade, duração e também da sobrecarga da musculação. Em geral a atividade aeróbia mostra uma queima calórica maior do que a musculação. Mas isto não torna a musculação menos importante. Um trabalho de fortalecimento muscular pode ajudar nas suas atividades diárias, melhorar a sua postura, evitar lesões comuns em atividades aeróbias e outros benefícios, além de ajudar na queima de massa gorda.

    Taxa Metabólica de Repouso
    Fonte : Liane Beretta
    www.personalfit.com.br


    Veja, no quadro abaixo, quais atividades aeróbias você pode estar praticando para auxiliá-lo no emagrecimento .

    * OS MELHORES EXERCÍCIOS AERÓBIOS*

    Você sabe quais são as atividades que de fato auxiliam no emagrecimento ? Confira aqui as melhores atividades para você emagrecer rapidamente. É bom ter em mente que as calorias queimadas durante os exercícios depende de vários fatores , como estatura, peso e capacidade física do atleta, além é claro da intensidade da atividade. Por isso a indicação do gasto calórico fornecida aqui é aproximada.

    Vale lembrar ainda que para perder de ½ à 1 Kg de gordura por semana somente com ajuda de exercícios aeróbios ( sem alterar a dieta ) é preciso queimar cerca de 3500 calorias semanais ( ou 500 cal. por dia ).
    Você pode optar por uma ou mais destas atividades e/ou diminuir a quantidade das porções durante as refeições com a orientação de um nutricionista especializado.

    ATIVIDADE GASTO CALÓRICO CAPAC. FÍSICA COND. FÍSICO
    PULAR CORDA 500 à 800 cal/hora Força e Resistência Intermediário
    STEP 400 à 500 cal/hora Força e Resistência Intermediário
    NATAÇÃO 430 à 530 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    AEROFIGHT 600 à 850 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    SPINNING 500 cal/hora Força e Resistência Intermediário
    TRANSPORT 500 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    HIDROGINÁSTICA 500 cal/hora Força e Resistência I / Int./ A
    AERO-JAZZ 400 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    BODY PUMP 500 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    CORRIDA 500 à 800 cal/hora Força e Resistência Iniciante





    PULAR CORDA 500 à 800 cal/hora Força e Resistência Intermediário
    STEP 400 à 500 cal/hora Força e Resistência Intermediário
    NATAÇÃO 430 à 530 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    AEROFIGHT 600 à 850 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    SPINNING 500 cal/hora Força e Resistência Intermediário
    TRANSPORT 500 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    HIDROGINÁSTICA 500 cal/hora Força e Resistência I / Int./ A
    AERO-JAZZ 400 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    BODY PUMP 500 cal/hora Força e Resistência Iniciante
    CORRIDA 500 à 800 cal/hora Força e Resistência Iniciante

    DICA SUPER IMPORTANTE !!!

    Fazer exercício em jejum, não emagrece ...

    Muito comum às pessoas afirmarem que passam longos períodos sem se alimentar
    vis ando reduzir gordura corporal.
    Ao contrário do que se imagina, este comportamento faz com que nosso organismo comprometa as proteínas corporais (massa magra), preservando a gordura corporal. Além disso, alguns crédulos da "terapia do jejum" usam esta manobra antecipando a atividade física, o que aumenta o risco a saúde.


    O jejum é uma manobra alimentar que ocorre rotineiramente em nossa alimentação. Mesmo os mais atentos a ingestão alimentar, são obrigados a realizar o jejum durante o período de sono. Este período denominado de jejum "overnight" ou jejum noturno favorece a ingestão de alimentos, principalmente os ricos em carboidratos logo pela manhã. Isto ocorre, pois ao dormirmos nossa demanda energética do sistema nervoso central é mantida com as reservas hepáticas.

    Musculação

    Um estudo publicado na revista Cancer ResearchEstas por sua vez amanhecem bastante comprometidas. Imagine então o que ocorre quando ao acordarmos e ao invés de fazer uma refeição com alimentos ricos em carboidratos colocamos um calção, tênis e camiseta e saímos realizando um exercício intenso ou prolongado. Nessa situação onde as reservas estão comprometidas, ao contrairmos a musculatura teremos como conseqüência a redução da glicose sanguínea à concentrações muito baixas. Esta manobra pode resultar em perda momentânea da consciência (desmaio) podendo ter conseqüências mais graves.

    O ponto mais interessante é que na tentativa de impedir esta manobra nosso corpo transforma as proteínas corporais em glicose. Assim na tentativa de emagrecer fazendo exercícios em jejum estaremos na verdade perdendo massa magra, ou seja, estaremos na prática engordando.

    Algumas dicas podem ajudar aqueles que tem no período da manhã sua melhor ou única oportunidade de exercício. Consuma alimentos como torradas, pão, barras de cereais, antes do exercício. Assim uma pequena parcela da glicose consumida na atividade estará sendo fornecida por esta refeição.
    E não se esqueça: o jejum não emagrece, engorda !!!

    DICA IMPORTANTE !!!


    Apesar de as gorduras fornecerem mais energia que os carboidratos ( açúcares ) o organismo prefere buscar primeiro a energia no açúcar, porque a desintegração metabólica da gordura é mais demorada e porque ela é exclusivamente dependente da presença de oxigênio ( já o açúcar também fornece energia sem oxigênio ).
    Depois de aproximadamente 20 minutos de exercícios aeróbios a gordura também passa a fornecer sua parcela energética para a realização dos exercícios.
    Por volta dos trinta minutos, a contribuição do carboidrato e da gordura na produção de energia é bem semelhante.

    Daí para frente, a gordura passa a ser progressivamente maior fornecedora. Esses limites de tempo são particularmente importantes quando se faz atividade aeróbia como coadjuvante no processo de emagrecimento , que portanto, exige sempre mais de meia hora de exercícios em cada sessão.

    Qual seu objetivo com a prática da musculação?