quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os hormônios estão te engordando?

É isso mesmo, pode ser eles que estejam fazendo o ponteiro disparar. Não descuide!





Estresse, falta de sono, anticoncepcional, TPM, alterações na tireoide... Essas são algumas situações que podem provocar um boom na produção dos nossos hormônios e uma reviravolta em nosso peso. Saiba em quais situações isso acontece e como controlar. O primeiro passo? Ter uma alimentação saudável, praticar atividade física e ser feliz.



Estresse

Porque engorda: Situações de estresse intenso (ou crônico) aumentam a produção de cortisol, que pode alterar o metabolismo e levar ao ganho de peso. "Ele também pode influenciar na produção de grelina, hormônio do crescimento (GH) e insulina, que acabam alterando a ingestão alimentar e o metabolismo", explica a endocrinologista Gisah Amaral de Carvalho, que é membro da diretoria do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Como se não bastasse, um estudo norte-americano revelou que o estresse baixa os níveis de lepitina, substância produzida pelo organismo que reduz a fome e estimula o gasto de energia em repouso. E, segundo o chefe do grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas, Alfredo Halpern, o estresse também aumenta a quantidade de tecido adiposo que acaba se concentrando na região do abdômen.



O que fazer: "É preciso procurar um médico especialista, para ajudá-la a identificar a causa do estresse e descartar problemas orgânicos, o que é feito por meio de um exame clínico e laboratorial", fala Gisah.



Vença a batalha: Em primeiro lugar, procure fazer coisas que a ajudem a relaxar: passear com as amigas, comprar algo que tanto deseja, ler um bom livro, ir ao cinema e ao teatro, ter um hobby, caminhar no parque... "É importante comer de forma saudável. E praticar atividade física ajuda muito a desestressar", sugere Halpern. Mas não deixe para fazer essas coisas apenas quando está no limite, inclua esses hábitos em sua rotina.





Insulina

Por que engorda: A insulina é um hormônio que fabrica moléculas de estoque energético e promove a formação de tecidos, inclusive de gordura. Na grande maioria dos casos, a alta produção de insulina acontece devido ao grande consumo de calorias e/ou falta de atividade física. "Forma-se uma situação chamada "resistência à insulina", causada pelo excesso de gordura, e o pâncreas é "obrigado" a fabricar mais hormônio para que não haja acúmulo de glicose no sangue (o que gera diabetes). Nestes casos forma-se um ciclo vicioso, pois quanto mais gordura produzimos mais insulina é gerada, levando a um quadro de obesidade mórbida", detalha o endocrinologista e metabologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Domingos Augusto Cherino Malerbi.



O que fazer: "O diagnóstico deve ser feito pelo médico, com uma avaliação clínica e exames laboratoriais", fala Malerbi. Até mesmo diabetes pode ser diagnosticado.



Vença a batalha: "Procure ter hábitos saudáveis de alimentação (evite o excesso de carboidratos, principalmente os simples, que geram açúcares de rápida absorção pelo organismo, e gordura) e pratique atividade física", sugere Halpern. Segundo Malerbi, também existem no mercado medicamentos específicos para as síndromes de resistência à insulina, que visam romper o ciclo vicioso do metabolismo.





Anticoncepcional

Por que engorda: As pílulas anticoncepcionais contêm na sua formulação um ou dois tipos de hormônios que atuam modificando o metabolismo. "Em algumas pessoas, dependendo do método utilizado e da quantidade de hormônio administrada, pode haver aumento de peso ou retenção de líquidos e inchaço", explica a ginecologista e coordenadora do Centro de Apoio à Mulher com TPM do Hospital das Clínicas, Mara Diegoli, que continua: "Eles também podem modificar a ação da insulina na glicose absorvida pela mulher, levando ao aumento de peso. Os principais responsáveis por esta ação são os progestagênios, embora o estrogênio também possa colaborar."



O que fazer: O ideal é sempre consultar o ginecologista e mudar o método, pois cada mulher responde de uma forma a cada contraceptivo. E para saber se a culpa dos quilinhos extras é mesmo da pílula, Mara sugere que suspenda esse método por pelo menos dois meses para verificar se o peso volta ao normal. "Se isso acontecer é realmente o anticoncepcional. Mas cuidado para não engravidar nessa pausa!", alerta.



Vença a batalha: Uma opção é escolher pílulas de baixa dosagem, que vieram com a promessa de não engordar. "Outras alternativas são DIU sem hormônio e implantes à base de progesterona, que também tratam cólicas e TPM", fala a ginecologista e obstetra Denise Coimbra, especialista em reprodução humana e membro do serviço de reprodução humana da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Se preferir comprimido, Mara Diegoli indica aqueles com baixas doses de etinilestradiol.





TPM

Por que engorda: Durante o ciclo menstrual, as taxas de alguns hormônios ficam completamente desequilibradas, principalmente testosterona, estrógeno e progesterona. "Em algumas pessoas, isso faz inchar, engordar e deixa até a barriga protuberante (retenção de líquido)", fala Denise.



O que fazer: Tentar controlar a TPM é o primeiro passo, seja através de medicamentos, terapia ou mudança de hábitos. Um bom aliado é a atividade física, principalmente exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida leve, bicicleta, natação, dança e outras atividades que liberam hormônios capazes de desencadear sensação de bem-estar. "Mas não adianta deixar para fazer essas atividades apenas alguns dias antes da menstruação, o correto é que sejam realizados de duas a três vezes por semana", ressalta Denise.



Vença a batalha: Nesse período, o ideal é tomar ao menos dois litros de líquido por dia, diminuir a ingestão de sal e alimentos condimentados, evitar o uso de calças ou calcinhas apertadas. Se tiver problemas com espinhas, evite doces (substitua por frutas). Mara Diegoli também dá algumas dicas: Evite compromissos importantes nesses dias, arrume-se para melhorar a autoestima, tente substituir os pensamentos pessimistas por coisas mais alegres, alivie a tensão conversando sobre coisas leves e engraçadas.





Sono

Por que engorda: Dormir mal altera a produção de vários hormônios. Isso reduz a produção do hormônio do crescimento, que tem várias funções e, segundo a neurofisiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Stella Tavares, evita, por exemplo, o acúmulo de gordura e aumenta a massa muscular. A falta do sono também estimula o apetite e faz com que a pessoa prefira alimentos mais calóricos. "Essas alterações estão associadas aos hormônios que controlam a fome, havendo redução de leptina (substância que controla a saciedade) e aumento de grelina (estimulante da fome). Além disso, os indivíduos que não descansam direito tendem a fazer menos atividade física, pois se sentem mais cansados e desmotivados, o que resulta em menor gasto energético", conclui Stella.





O que fazer: o ideal é procurar o médico para saber o que está prejudicando suas noites de descanso. O exame de polissonografia consegue analisar o sono e suas variáveis fisiológicas por meio de registros da atividade elétrica cerebral, respiração, sinais de relaxamento muscular, movimentos oculares, oxigenação sanguínea e batimentos cardíacos, a fim de descobrir de qual distúrbio de sono o paciente sofre. Em alguns casos, mudanças de hábito já são suficientes; em outros, medicamentos são necessários.



Vença a batalha: o coordenador do Laboratório do Sono da Universidade Nove de Julho dá alguns toques para você dormir com os anjos: procure deitar e levantar nos mesmos horários, evite refeições pesadas perto do horário de ir para a cama. O quarto deve ser um ambiente tranquilo e escuro. Deixe a TV desligada. Ela rouba horas de sono. Também é importante não praticar atividades físicas de grande intensidade antes de dormir, pois elas mantêm o nosso organismo em um nível de excitação e alerta por várias horas. Bebidas energéticas também devem ser evitadas, tais como chá preto, coca-cola e café, pois têm muita cafeína, o que é bem estimulante.



Entenda a tireoide e domine seu peso

Como funciona: "É uma glândula que fabrica hormônios de extrema importância (T3, T4 e TSH), pois regulam todos os processos de fornecimento de energia para as células do corpo e sem eles o organismo não sobrevive", fala Malerbi, do Hospital Israelita Albert Einstein. Só para se ter ideia, segundo Gisah, que é membro da diretoria do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, essa glândula tem papel extremamente importante no coração, controlando os batimentos cardíacos, intestino, temperatura corporal, humor, memória, também age no osso, músculo e tecido adiposo.



Porque engorda: A tireóide estimula o metabolismo e o gasto energético. "Quando está funcionando menos (hipotireoidismo), esse gasto é reduzido e há retenção de líquido, provocando o aumento de peso em torno de 10%", detalha a médica. Malerbi explica que o descontrole da glândula faz com que o corpo não tenha energia para eliminar esse excesso de líquido do corpo.



Identifique as disfunções e cuide-se!

A tireóide pode ter dois tipos de disfunção: o hipotireoidismo, quando funciona menos do que o necessário, e o hipertireoidismo quando a glândula trabalha mais do que deveria. "Estas alterações são, na grande maioria dos casos, geneticamente herdadas e consideradas doenças autoimunes o indivíduo produz anticorpos contra a tireoide bloqueando ou estimulando o seu funcionamento", completa Gisah.



Hipotireoidismo

Sintomas: alteração de humor como desânimo e até depressão, esquecimentos, distúrbio do sono, pele seca, queda de cabelo, intolerância ao frio, inchaços (pálpebras, pernas e mãos), intestino preso e diminuição da libido. Nas mulheres, pode haver alteração do ciclo menstrual e até amenorreia (parada da menstruação). Caso haja demora no diagnóstico e no tratamento, podem surgir quadros de anemia, alteração do colesterol, aumento da pressão arterial e insuficiência cardíaca. Tratamento: é feito com reposição hormonal (levotiroxina), que deve ser administrada diariamente em jejum via oral. "O médico avalia a função tireodiana por meio de exames de sangue em intervalos frequentes e faz ajustes necessários da dose", afirma Gisah.



Hipertireoidismo

Sintomas: agitação, irritabilidade, insônia, cabelos finos e unhas quebradiças, pele quente e úmida, intolerância ao calor, aumento da frequência de evacuações, alteração do ciclo menstrual (diminuição do intervalo e alteração de fluxo), taquicardia e tremor das mãos. A paciente também apresenta bócio (aumento da glândula tireoide) e, em alguns casos, olhos saltados (proptose do globo ocular). Em longo prazo, pode causar arritmias cardíacas, diminuição da massa magra (músculo) e da massa óssea. Tratamento: há mais de uma opção terapêutica, a droga antitireoidiana, o iodo radioativo ou cirurgia, tudo de acordo com o quadro e evolução da doença.



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