Até alguns anos atrás, o adolescente praticava esporte na rua, na escola, no clube ou na área de lazer do condomínio. Era crime uma "criança" praticar musculação sob as mais variados pretextos: prejudica o desenvolvimento, perda de massa óssea, não desenvolve estatura total e por aí vai. A constante influência da mídia e da própria sociedade, que valoriza o corpo perfeito ao invés do corpo saudável, está entre os motivos que leva crianças e adolescentes a aderirem, cada vez mais cedo, à prática da musculação. É comum ver crianças e adolescentes obcecados por corpos fortes e bonitos sem avaliar as conseqüências da prática da atividade sem acompanhamento de um profissional especializado.
Não há idade certa para aderir à musculação e, com os cuidados necessários, pode-se iniciar até mesmo na infância, desde que, precedido de avaliação médica, com cardiologista e pediatra, além de um bom acompanhamento de profissional de educação física. Os benefícios com a prática da musculação são muitos, porém, o treinamento de força não deve enfatizar o levantamento de cargas excessivas, mas sim reforçar a correta realização técnica do movimento. Dentre os principais benefícios da atividade em crianças e adolescentes estão o aumento da força muscular, potência e resistência muscular localizada e diminuição de lesões nos esportes e nas atividades recreativas. Estudos científicos apontam também efeitos benéficos na densidade mineral óssea de crianças, evitando o surgimento posterior de doenças, como a osteoporose, por exemplo. A musculação precoce e mal conduzida pode afetar os joelhos, machucando as cartilagens articulares (condromalácia) e provocar tendinites (inflamações nos tendões) e osteocondrites (arrancamentos parciais de inserção do tendão patelar na tíbia). Além disso, podem ocorrer ainda, danos como a ruptura do tendão patelar, lesões meniscais e ligamentares na coluna e em outras articulações. O acompanhamento de um profissional habilitado para a orientação e monitoramento das atividades é fundamental para evitar riscos aliados ao treino sem orientação.
A ciência provou que não bem assim, basta ter bom acompanhamento profissional (médico, professor e outros) e trabalho adequado que é possível praticar a atividade.
Cada vez mais, no entanto, o público dessa faixa etária vem se deixando seduzir pelas academias. Na vida de muitos meninos e meninas, freqüentar esses lugares virou atividade corriqueira. Academias já oferecem, inclusive, programas específicos para eles. Os especialistas julgam que esse cultivo do corpo é positivo, porque se trata de um contraponto a práticas como a alimentação à base de fast food e o hábito de gastar horas diante do computador.
Mas os jovens devem ficar atentos aos riscos a que estão expostos. Como seu corpo e sua identidade estão em formação, o adolescente é naturalmente inseguro com a aparência. E a comparação com os físicos malhados ao redor em geral de adultos que já completaram o desenvolvimento do corpo pode aumentar suas angústias. Os garotos querem ficar tão musculosos quanto os veteranos do local. As garotas almejam ter a silhueta esbelta das mulheres. Quando viram obsessão, esses desejos prejudicam a saúde, causam transtornos psíquicos e até levam ao caminho das drogas . Os jovens estão freqüentando a academia cada vez mais cedo. No caso dos garotos, o chamariz é a musculação. Embora se recomende que esse público dê preferência a esportes como o vôlei e a natação, o exercício de levantar pesos pode ter efeito benéfico, se bem orientado.
O paulistano Neto, de 12 anos: ele faz musculação para melhorar a postura, sob a supervisão de um professor
O estudante paulistano Octacílio Costa Neto, de 12 anos, é um exemplo. Ele pratica musculação há cinco meses, sob a supervisão de um professor, para corrigir sua postura. "Já sinto a diferença", diz Neto.
Mas a musculação na adolescência deve ser vista com cautela. Quando observam os mais crescidos pegarem pesado nos halteres, muitos tendem a imitá-los e isso pode ter conseqüências graves. A prática precoce pode prejudicar o crescimento do adolescente. "Há riscos de lesões e de atrofia dos músculos", diz o professor de educação física Mauro Celio do Carmo, da academia paulistana Fórmula. Fonte: dr.Joaquim Reichmann/ prof, Mauro Celio do Carmo
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